Sistema de Aterramento - Não despreze esta proteção.
- OEletricistaAdriano
- 31 de mar. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 30 de abr. de 2020
O sistema de aterramento elétrico, que dá origem ao conhecido "fio terra", é uma das proteções que hoje em dia são obrigatórias em uma instalação elétrica. Sua função é proteger as pessoas, animais , equipamentos e até mesmo o circuito, garantindo o bom funcionamento do sistema elétrico.
Como ocorre esta proteção? Você já deve ter ouvido falar de alguém que, após encostar-se a alguma estrutura metálica (como uma máquina de lavar roupas ou uma geladeira) levou um choque, não ouviu? Esse choque poderia ter sido evitado se a estrutura tivesse devidamente aterrada.
Em outros casos, alguns equipamentos precisam do aterramento para descarregar alguns excessos de energia acumulados ou até mesmo a energia estática acumulada pelo ambiente e que poderia causar danos aos seus componentes.
Muitas instalações residenciais no Brasil não possuem um sistema adequado de aterramento, mas é importante que você saiba a importância de ter um bom aterramento nas instalações e saber que um aterramento ineficiente é tão perigoso para os usuários e equipamentos quanto a falta dele. Muitas vezes vemos aterramentos feitos com apenas uma haste enterrada, ligada ao barramento de terra no quadro, o que é insuficiente, uma vez que, um sistema de aterramento vai começar a ficar bom quando constituímos uma malha de aterramento, que vai começar a surgir com várias hastes de aterramento interligadas.
O conhecimento sobre aterramento é importante e, nos artigos que falarão especificamente sobre os dispositivos de proteção como o DR e o DPS, veremos a importância do sistema de aterramento para o funcionamento destes dispositivos.

Fonte da Imagem: Internet
Conceito Básico
A grosso modo, somente para um entendimento básico, eletricidade é a movimentação de energia elétrica causada pelo desequilíbrio entre as cargas elétricas do átomo de um material condutor. Esse desequilíbrio é chamado de diferença de potencial, ou seja, o potencial energético em um ponto do condutor está diferente de outro, portanto vai surgir uma corrente elétrica fluindo para onde o potencial é menor. Alem disso, a eletricidade, por regra, vai procurar o caminho mais fácil para ela percorrer, ou seja, ela vai fluir pelo caminho que ofereça a menor resistência.
Assim chegamos ao entendimento do sistema de aterramento, pois a terra tem o potencial zero e resistividade baixa, portanto, basta fazermos o "caminho" para que a eletricidade, caso precise, seja escoada para lá.
Tipos de Aterramento
Todos os sistemas de aterramento devem seguir a norma NBR–5410, o não cumprimento dos itens contidos na norma pode colocar em risco os usuários e equipamentos além de poder ocorrer o mau funcionamento do circuito.
No item 4.2.2.2 da NBR-5410 são definidos os tipos de aterramento, simbologia utilizada entre outros detalhes.
Basicamente são 3 os tipos de esquemas de aterramento previstos na norma o aterramento TN, o TT e o IT. Veremos os 3 abaixo, mas vamos nos aprofundar e ver detalhes dos tipos TN e TT, que são os mais utilizados em sistemas residenciais.
Esquema TN (Item 4.2.2.2.1 da NBR-5410)
O aterramento TN prevê a eqüipotencialização (deixar no mesmo potencial) entre o aterramento de proteção e o aterramento funcional (aterramento do neutro, normalmente feito no padrão de entrada), ou seja, em algum ponto da instalação, teremos uma interligação entre o neutro e o sistema de aterramento.
O aterramento TN tem 3 variantes, que serão definidas de acordo com a combinação utilizada entre o condutor neutro e o condutor de proteção (terra), são elas:
Esquema TN-S
É chamado de esquema TN-S quando os condutores de neutro (N) e de proteção (PE) são distintos e após se unirem no ponto de eqüipotencialização, eles não se encontram novamente. Uma vez que a norma recomenda a eqüipotencialização dos sistemas de aterramentos, o sistema TN-S ganha destaque, pois ele também utiliza a imensa malha do aterramento funcional, além de compartilhar estruturas de aterramento de proteção de outros sistemas, para entregar um potencial zero e uma resistência muito baixa para servir de caminho para fugas e surtos. A NBR-5410 representa o esquema TN-S com o seguinte diagrama:

Esquema TN-C
No esquema TN-C temos um único condutor que desempenha as funções de neutro e de proteção durante todo o esquema. Este condutor é chamado de condutor de proteção e neutro (PEN). Este tipo de instalação é para casos especiais a serem analisados pelo profissional e a norma faz algumas exigências para que ele possa ser feito com segurança, por não cumprir os requisitos, as residências não devem utilizar o TN-C como sistema de aterramento. O diagrama que o representa é:

Esquema TN-C-S
A outra variante é o esquema TN-C-S, que é uma junção dos esquemas TN-S e TN-C em uma mesma instalação, ou seja, em uma parte da instalação utilizamos o esquema TN-C com o mesmo condutor fazendo as funções de proteção e neutro (PEN) e em seguida, para outra parte da instalação, separamos as funções, gerando um condutor exclusivo para o neutro (N) e outro exclusivo para a proteção (PE). Lembrando que a norma faz exigências que devem ser seguidas para a parte em que o esquema for TN-C e, no esquema TN-C-S, após desmembrar as funções N e PE, os condutores não podem ser unidos novamente.
Um exemplo da utilização do esquema TN-C-S em residências é quando por algum motivo não é possível passar o condutor de proteção entre o padrão de entrada (medidor da concessionária) e o quadro de distribuição (QDC). Neste caso, se os requisitos da norma forem atendidos, eqüipotencializamos o aterramento de proteção com o neutro e entre o padrão de entrada e o QDC ele terá a função de PEN e no quadro separamos as funções de neutro e de proteção.
O diagrama do TN-C-S é:

Esquema TT (Item 4.2.2.2.2 da NBR-5410)
No sistema de aterramento TT o aterramento de proteção é distinto do aterramento funcional, ou seja, não existe uma ligação, a eqüipotencialização, entre os eletrodos de aterramento que servem o condutor de proteção e o aterramento do condutor neutro. O esquema TT aparenta ser de simples ligação, porém ele deve ser feito com muito cuidado. Isso porque pode ser muito difícil encontrar uma resistividade baixa em um sistema que está trabalhando isoladamente, sendo muito comum casos em que o aterramento TT não atende aos requisitos de resistividade para funcionar bem como um sistema de aterramento. Existe a necessidade de laudos e testes que certifiquem de tempos em tempos que o sistema esteja funcionando corretamente. O diagrama do esquema TT são:
Quando utiliza-se uma malha de aterramento para servir o condutor para toda a instalação:

Quando se utiliza malhas de aterramento distintas para diferentes massas ou partes da instalação:

Esquema IT (Item 4.2.2.2.3 da NBR-5410)
O aterramento IT é um sistema em que não é feito o aterramento direto da linha, ou esse aterramento é feito por impedância. Não vamos nos aprofundar muito nele pois é um esquema muito especifico, utilizado apenas em circunstâncias que o exija (equipamentos sensíveis como alguns equipamentos cirúrgicos, por exemplo). Apenas para conhecimento, segue o esquema do aterramento IT:

Apesar de ter ficado um artigo grande, aqui temos apenas uma visão geral sobre o aterramento e os esquemas definidos pela norma. Como já dito, o sistema de aterramento é de extrema importância e fundamental para o bom funcionamento de outros dispositivos de segurança, portanto, dê muita importância para o sistema de aterramento da sua instalação elétrica e consulte um profissional para ver se seu sistema é o ideal e está funcionando corretamente.
Lembrando que sempre que precisar, estou à disposição para atender em Itanhaém e toda a baixada santista.
Adriano Eletricista Residencial
Whatsapp: (13) 98117-1565
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